Cristãos e muçulmanos acreditam em Jesus, o amam e honram. Entretanto, estão divididos em relação à sua divindade.
Felizmente essa diferença pode ser resolvida se referirmos a questão tanto à Bíblia quanto ao Alcorão, porque tanto a Bíblia quanto o Alcorão ensinam que Jesus não é Deus.
Está claro o bastante para todos que o Alcorão nega a divindade de Jesus e, por essa razão, não precisamos despender muito tempo explicando isso.
Por outro lado, muitas pessoas não entendem a Bíblia. Sentem que a crença em Jesus como Deus é tão propagada que deve ter vindo da Bíblia. Esse artigo mostra de forma muito conclusiva que a Bíblia não ensina isso.
A Bíblia claramente ensina que Jesus não é Deus. Na Bíblia Deus é sempre outro além de Jesus.
Alguns dirão que algo que Jesus disse ou fez durante sua estada na terra prova que ele é Deus. Mostraremos que os discípulos nunca chegaram à conclusão de que Jesus é Deus. E aquelas foram pessoas que viveram e caminharam com Jesus e, portanto, sabiam em primeira mão o que ele disse e fez. Além disso, nos é dito em Atos dos apóstolos na Bíblia que os discípulos estavam sendo guiados pelo Espírito Santo. Se Jesus é Deus, certamente eles deviam saber. Mas não sabiam. Continuaram adorando o único e verdadeiro Deus que era adorado por Abraão, Moisés e Jesus (ver Atos 3:13).
Todos os escritores da Bíblia acreditavam que Deus não era Jesus. A idéia de que Jesus é Deus não se tornou parte da crença cristã até após a Bíblia ser escrita e muitos séculos se passaram até se tornar parte da fé dos cristãos.
Mateus, Marcos e Lucas, autores dos três primeiros evangelhos, acreditavam que Jesus não era Deus (ver Marcos 10:18 e Mateus 19:17). Acreditavam que ele era o filho de Deus no sentido de ser uma pessoa virtuosa. Muitos outros também são igualmente chamados filhos de Deus (ver Mateus 23:1-9).
Paulo, considerado o autor de treze ou quatorze cartas na Bíblia, também acreditava que Jesus não é Deus. Para Paulo Deus primeiro criou Jesus e então usou Jesus como agente para criar o resto da criação (ver Colossenses 1:15 e 1 Coríntios 8:6). Idéias semelhantes são encontradas na carta aos Hebreus e também no evangelho e cartas de João, compostos setenta anos depois de Jesus. Em todos esses escritos, entretanto, Jesus continua uma criatura de Deus e, como tal, para sempre subserviente a Deus (ver 1 Coríntios 15:28).
Porque Paulo, João e o autor de Hebreus acreditavam que Jesus foi a primeira criatura de Deus, parte do que escreveram mostra claramente que Jesus era um poderoso ser preexistente. Isso é com frequência entendido de forma equivocada que ele deve ter sido Deus. Mas dizer que Jesus era Deus é ir contra o que esses mesmos autores escreveram. Embora esses autores tivessem essa crença posterior de que Jesus era superior que todas as criaturas, também acreditavam que ele continuava inferior a Deus. De fato, João cita Jesus dizendo: “… o Pai é maior que eu.”(João 14:28). E Paulo declara que a cabeça de toda mulher é seu marido, a cabeça de todo homem é Cristo e a cabeça de Cristo é Deus (ver 1 Coríntios 11:3).
Consequentemente, encontrar algo nesses escritos e alegar que ensinam que Jesus é Deus é utilizar e citar de forma errônea o que esses autores disseram. O que escreveram deve ser entendido no contexto de sua crença de que Jesus é uma criatura de Deus como eles disseram claramente.
Vemos então que alguns dos escritores posteriores tinham uma visão superior de Jesus, mas nenhum dos escritores da Bíblia acreditava que Jesus é Deus. A Bíblia ensina claramente que existe apenas um único Deus, o único a quem Jesus adorou (ver João 17:3).
No restante dos artigos exploraremos a Bíblia mais profundamente e lidaremos com as passagens que são citadas equivocadamente com mais frequência como provas da divindade de Jesus. Mostraremos, com a ajuda de Deus, que não significam o que com frequência são usadas para provar.
Jesus realizou muitos milagres e sem dúvida disse muitas coisas maravilhosas sobre si mesmo. Algumas pessoas usaram o que ele disse e fez como prova de que era Deus. Mas seus discípulos originais que viveram e caminharam com ele e testemunharam o que ele disse e fez, nunca chegaram a essa conclusão.
Os Atos dos Apóstolos na Bíblia detalha a atividade dos discípulos em um período de trinta anos após Jesus ser elevado aos céus. Ao longo desse período, eles nunca se referiram a Jesus como Deus. De forma contínua e consistente usam o título de Deus para se referir a outro e não a Jesus.
Pedro se levantou com os onze discípulos e se dirigiu à multidão dizendo:
“Homens de Israel, ouçam: Jesus de Nazaré era um homem aprovado por Deus entre vós por milagres, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis.” (Atos 2:22).
Era Deus, portanto, Quem realizava os milagres através de Jesus para convencer as pessoas de que Jesus era apoiado por Deus. Pedro não viu os milagres como prova de que Jesus é Deus.
De fato, a forma como Pedro se refere a Deus e a Jesus deixa claro que Jesus não é Deus. Porque ele sempre mantém o título de Deus distante de Jesus. Tome as seguintes referências, por exemplo:
“Deus elevou esse Jesus…” (Atos 2:32)
“Deus fez Jesus, que crucificastes, Senhor e Cristo.” (Atos 2:36)
Em ambas as passagens o título de Deus é distanciado de Jesus. Por que ele fez isso, se Jesus era Deus?
Para Pedro Jesus foi um servo de Deus. Pedro disse:
“Deus elevou seu servo…” (Atos 3:26).
O título de servo se refere a Jesus. Isso está claro da passagem anterior na qual Pedro declarou:
“O Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus de nossos antepassados, glorificou seu servo Jesus.” (Atos 3:13).
Pedro deve ter sabido que Abraão, Isaque e Jacó nunca falaram de um Deus trino. Sempre falaram de Deus como o único Deus. Aqui, como em Mateus 12:18, Jesus é o servo de Deus. Mateus nos diz que Jesus era o mesmo servo de Deus mencionado em Isaías 42:1. Então, de acordo com Mateus e Pedro, Jesus não é Deus, mas servo de Deus. O Velho Testamento diz repetidamente que Deus é único (por exemplo, Isaías 45:5).
Todos os discípulos de Jesus tinham essa opinião. Em Atos 4:24 nos é dito que os fiéis oravam a Deus dizendo:
“…eles elevaram suas vozes unanimemente em oração a Deus. ‘Senhor,’ eles disseram, ‘tu que fizestes os céus, a terra e o mar, e tudo que neles há.’”
Está claro que não estão orando para Jesus porque dois versos depois se referem a Jesus como
“…teu santo servo Jesus, ao qual ungiste.” (Atos 4:27).
Se Jesus era Deus, seus discípulos deviam ter dito isso claramente. Ao invés disso, continuaram pregando que Jesus era Cristo de Deus. Em Atos é dito:
“E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo.” (Atos 5:42).
A palavra grega “Cristo” é um título humano. Significa “ungido”. Se Jesus era Deus, porque os discípulos se referiam a ele continuamente com títulos humanos como servo e Cristo de Deus e usavam de forma consistente o título de Deus para alguém que ressuscitou Jesus? Temiam os homens? Não! Corajosamente pregavam a verdade sem temer aprisionamento ou morte. Quando confrontados pela oposição das autoridades, Pedro disse:
“Importa antes obedecer a Deus que aos homens. O Deus de nossos pais que ressuscitou Jesus…” (Atos 5:29-30).
Eles não estavam o Espírito Santo? Não! Eram apoiados pelo Espírito Santo (ver Atos 2:3, 4:8 e 5:32). Estavam simplesmente ensinando o que aprenderam de Jesus – que Jesus não era Deus, mas sim servo e Cristo de Deus.
O Alcorão confirma que Jesus era o Messias (Cristo) e que era servo de Deus (ver Alcorão Sagrado 3:45 e 19:30).
Cristãos e muçulmanos concordam que Deus é Todo-Poderoso e Onisciente. Os evangelhos mostram que Jesus não era todo-poderoso e nem onisciente, já que teve algumas limitações.
Marcos nos diz em seu evangelho que Jesus foi incapaz de fazer qualquer obra poderosa em sua cidade exceto algumas poucas coisas: “Ele não podia fazer ali nenhum milagre, a não ser curar alguns enfermos, impondo-lhes as mãos.” (Marcos 6:5). Marcos nos diz que quando Jesus tentou curar um cego o homem não foi curado após a primeira tentativa, e Jesus tentou uma segunda vez (ver Marcos 8:22-26).
Sendo assim, embora tenhamos um grande amor e respeito por Jesus, precisamos entender que ele não era o Deus todo-poderoso.
O evangelho de Marcos também revela que Jesus tinha limitações em seu conhecimento. Em Marcos 13:32 Jesus declarou que não sabia quando seria o último dia, mas que somente o Pai sabia (ver também Mateus 24:36).
Consequentemente, Jesus não podia ter sido o Deus onisciente. Alguns dirão que Jesus sabia quando o último dia ocorreria, mas escolheu não dizer. Mas isso complica ainda mais a situação. Jesus podia ter dito que sabia, mas não queria dizer. Ao invés disso, disse que não sabia. Devemos acreditar nele. Jesus não mente.
O evangelho de Lucas também revela que Jesus tinha conhecimento limitado. Lucas diz que Jesus cresceu em sabedoria (Lucas 2:52). Em Hebreus também (Hebreus 5:8) lemos que Jesus aprendeu obediência. Mas o conhecimento e sabedoria de Deus são sempre perfeitos e Deus não aprende coisas novas. Ele sempre sabe tudo. Então, se Jesus aprendeu algo novo isso prova que ele não sabia tudo antes disso e, consequentemente, não era Deus.
Outro exemplo para o conhecimento limitado de Jesus é o episódio da figueira nos evangelhos. Marcos nos diz o seguinte: “E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, Jesus teve fome. E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos.” (Marcos 11:12-13).
É claro desses versos que o conhecimento de Jesus era limitado. Primeiro, ele não sabia que a árvore não tinha frutos. Segundo, não sabia que não era a estação para ter expectativa de encontrar figos nas árvores.
Ele podia se tornar Deus depois? Não! Porque existe apenas um Deus e Ele é Deus da eternidade até a eternidade (ver Salmos 90:2).
Algumas pessoas podem dizer que Jesus era Deus, mas tomou a forma de um servo e, consequentemente, ficou limitado. Bem, isso significaria que Deus mudou. Mas Deus não muda. Deus disse isso de acordo com Malaquias 3:6.
Jesus nunca foi Deus e nunca será. Na Bíblia Deus declara: “… antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” (Isaías 43:10).
A morte do Falso Messias traumatizará os cristãos e judeus que o tinham seguido, porque isso lhes revelará que ele não era quem alegava ser. De fato, o papel de Jesus em sua derrota convencerá a maioria dos cristãos sobreviventes, pelo menos, de que o Falso Messias tinha sido o Anticristo profetizado em suas próprias escrituras. O Profeta do Islã, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, disse:
“O filho de Maria descerá entre vocês em breve e os julgará de forma justa (de acordo com a Lei de Deus[[1]]): quebrará as cruzes e matará os porcos…” (Saheeh Al-Bukhari)
O quebrar das cruzes pode ser figurativo ou literal: a destruição de ídolos erigidos nas igrejas e a remoção de cruzes de seus campanários, assim como a proibição do uso de cruzes pessoais como símbolos da religião; ou a destruição do mito de que foi executado pelos romanos em uma cruz na instigação feita pelos judeus. Da mesma forma, a matança de porcos pode ser literal e figurativa: conduzir literalmente uma campanha para matar todos os porcos para que o consumo de sua carne se torne impossível, permitir que sejam mortos ou simplesmente impor novamente a proibição de Deus feita desde tempos imemoriais[[2]] em relação ao consumo de sua carne, forçando os criadores de porcos a se livrarem de sua criação por sua inutilidade. De fato, duas das principais práticas cristãs serão removidas, indicando que a religião como ensinada por cristãos modernos será extinta, fazendo um retorno à religião como pretendida originalmente (Islã).
“… e não haverá Jizya.” (Saheeh Al-Bukhari)
Além disso, depois da grande perda de vidas entre os judeus, a morte de seu líder provará que ele foi uma falsa esperança. É provável que a alegação de divindade do Falso Messias semeie dúvidas em seus corações, e quando Jesus anunciar que a Jizya[[3]] não será mais um meio através do qual os não-muçulmanos poderão evitar a submissão à vontade de Deus, eles estarão prontos para abrir mão da orientação de seus rabinos em favor do retorno à orientação[[4]] de Deus. O fato de que nenhuma Jizya será aceita sublinha a abolição de todas as religiões, exceto uma. Será exigido que o Povo do Livro siga a Lei do Islã que Jesus imporá. Os obstinados que se recusarem serão perseguidos e mortos, ao invés de terem permissão de continuar em sua crença obsoleta.
“A hora não chegará até que os muçulmanos combatam os judeus e os matem. Os judeus buscarão abrigo atrás de pedras e árvores, mas a pedra ou a árvore falará: “Ó servo de Deus, existe um judeu [obstinado] atrás de mim, venha e mate-o!” Mas a árvore de Gharqad não falará, porque é parcial em relação aos judeus.” (Saheeh Muslim)
Não há menção nesse ponto em relação ao destino daqueles que não são nem muçulmanos nem do Povo do Livro, mas acreditamos que alguns deles também ficarão sobre o governo de Jesus, ou morrerão. Talvez outros sejam destruídos por aqueles que são referidos como Gog e Magog.
A Invasão de Gog e Magog[[5]]
Quem são exatamente Gog e Magog não se sabe, embora seja sabido de um hadith, encontrado nos dois principais livros de narrações autênticas (Saheeh Al-Bukhari e Saheeh Muslim), que são das nações da humanidade[[6]]. Sobre eles, o Alcorão diz:
“Até que chegou a um lugar entre duas montanhas, onde encontrou um povo que mal podia compreender uma palavra. Disseram-lhe: Ó Zul Carnain! Gog e Magog são devastadores na terra. Queres que te paguemos um tributo, para que levantes uma barreira entre nós e eles?” (Alcorão 18:93-94)
Depois de Zul Carnain executar seu pedido (sem determinar tributo), ele lhes disse:
“Esta muralha é uma misericórdia de meu Senhor. Porém, quando chegar a Sua promessa, Ele a reduzirá a pó, porque a promessa de meu Senhor é infalível. Nesse dia, deixaremos alguns deles insurgirem-se contra os outros…” (Alcorão 18:98-99)
Isso significa que será um povo que não está sob a jurisdição de Jesus quando ele aceita o compromisso de ex-judeus e cristãos. E Gog e Magog serão a ameaça final aos crentes antes de seu reinado de paz. Novamente, o Alcorão diz:
“Até o instante em que for aberta a barreira do (povo de) Gog e Magog e todos se precipitarem por todas as colinas, e aproximar a verdadeira promessa. E eis os olhares fixos dos incrédulos, que exclamarão: Ai de nós! Estivemos desatentos quanto a isto; qual, fomos uns iníquos!” (Alcorão 21:96-97)
Nem mesmo Jesus será capaz de resistir à vinda de Gog e Magog, porque atropelarão a terra de forma destrutiva, como gafanhotos.
Abu Sa’id al-Khudri relatou que o profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, disse que somente os muçulmanos que se retirarem para suas cidades e fortalezas com seu gado e ovelhas sobreviverão ao ataque violento.[[7]] Também é dito:
Deus revelará a Jesus, filho de Maria: “Trouxe um povo dentre Minhas criaturas que ninguém será capaz de combater. Leve meus adoradores em segurança para o Monte Tur.” (Saheeh Muslim)
Gog e Magog serão tantos que quando os últimos do bando passarem através do leito de um lago de cuja água a primeira fileira bebeu, dirão: ‘Costumava haver água aqui.’ Todos que não sejam de seu bando, exceto os muçulmanos em suas fortalezas e refúgios, serão mortos, e o bando declamará: ‘Derrotamos o povo da terra. Agora só existe o povo dos céus [para derrotarmos]’. Nesse momento, alguém lançará uma flecha para o céu e ela cairá de volta na terra manchada de sangue.[[8]]
Embora Gog e Magog pensem que conseguiram a vitória, sua ostentação será sua queda, porque o sangue em suas armas será um teste de Deus. O próximo artigo lidará com como Gog e Magog serão derrotados, e o que acontece depois disso.
Quando Gog e Magog tiverem expulsado os muçulmanos para suas fortalezas e refúgios, e quando virem o sangue em suas armas, que retornará do céu, tomarão isso como evidência de sua vitória iminente sobre os muçulmanos. Entretanto, naquela noite:
“Jesus e seus companheiros implorarão a Deus e Deus enviará contra eles (Gog e Magog) vermes que atacarão seus pescoços; e de manhã, todos perecerão.” (Saheeh Muslim)
Sem saber que o bando já foi destruído, os muçulmanos em suas fortalezas chamarão por um voluntário para observar o que o inimigo está fazendo. O voluntário, sabendo que provavelmente morrerá, descerá para encontrar todos mortos, deitados uns sobre os outros. Ao retornar, ele gritará: ‘Ó muçulmanos, alegrem-se! Deus foi o bastante contra nossos inimigos!’[[9]]
Quando Jesus e o povo que se refugiou no Monte Tur descerem, encontrarão a mesma cena, sem um único lugar da terra ao seu redor livre do mau cheiro de corpos apodrecendo. A situação será tão repugnante e perigosa para a saúde que Jesus orará a Deus novamente, e Ele enviará enormes pássaros para carregá-los[[10]] e jogá-los no mar onde o sol nasce.
As Consequências
Depois disso, Deus enviará uma chuva intensa e purgativa que penetrará em tudo, com duração de quarenta dias. Ao contrário do Dilúvio[[11]], essa chuva torrencial será benéfica, por que:
“A terra será lavada até que pareça um espelho. Deus então ordenará a terra: ‘Traga seus frutos e restaure suas bênçãos.’” (Saheeh Muslim)
Os muçulmanos permitirão que seu gado e criações pastem novamente e eles engordarão de uma forma que nenhuma vegetação os tinha engordado antes.[[12]] Pomares produzirão frutos de tamanho e qualidade nunca vistos antes, e o gado produzirá um leite de excelente qualidade em enormes quantidades, suficiente para que ninguém experimente qualquer tipo de escassez.[[13]]
Os benefícios, então, do advento de Gog e Magog, será a dizimação dos não-crentes, deixando o mundo para uma nação de crentes e alimento em abundância depois da terra ter absorvido todos os corpos decompostos dos mortos causados por sua invasão e posterior extermínio. Por um período a riqueza será tão abundante que as pessoas não serão capazes de encontrar a quem dar caridade.[[14]] Abu Hurayrah relatou que o Profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, disse:
“… e não haverá Jizya. O dinheiro será abundante de modo que ninguém o aceitará (em caridade).” (Saheeh Al-Bukhari)
A redução do número de homens não será benéfica, causando um grande desequilíbrio na taxa entre os sexos. As mulheres excederão os homens em números, possivelmente devido às baixas na guerra, como foi o caso na Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial.[[15]]
O Reino e Morte de Jesus
O reino de Jesus, que Deus lhe conceda paz, será pela Lei que Muhammad, que a misericórdia e as bênçãos de Deus estejam sobre ele, trouxe. Isso está de acordo com a Aliança que Deus fez com todos os Seus profetas. No Alcorão, é dito:
Quando Deus aceitou a promessa dos profetas, disse-lhes: “Eis o Livro e a sabedoria que ora vos entrego. Depois vos chegou um Mensageiro que corroborou o que já tendes. Crede nele e socorrei-o.” Então, perguntou-lhes: “Comprometer-vos-eis a fazê-lo?” Disseram: “Comprometemo-nos.” Ele disse: “Testemunhai, que também serei, convosco, Testemunha disso.” (Alcorão 3:81)
O reino de Jesus, portanto, será de acordo com a Aliança com Deus, e isso é suportado por uma explicação do dito do Profeta, que a misericórdia e as bênçãos de Deus estejam sobre ele, por Abu Hurayrah, quando relatou uma pergunta que ele fez aos seus companheiros. Ele disse:
O Mensageiro de Deus disse: “O que fariam se o filho de Maria descesse em seu meio e os liderasse como um de vocês?”
Um dos companheiros, Ibn Abu Thib, perguntou:
O que significa ‘Ele os liderasse como um de vocês’?
Abu Hurayrah respondeu:
“Ele os liderará de acordo com o Livro de seu Senhor, exaltado e louvado seja Ele, e o Caminho de seu Mensageiro, que a misericórdia e as bênçãos de Deus estejam sobre ele.”[[16]]
Seu reino será marcado por respeito mútuo, paz e prosperidade entre as pessoas. Em outro hadith, Abu Hurayrah disse:
“Rancor, ódio mútuo e inveja desaparecerão e quando ele (Jesus) convocar as pessoas para aceitarem fortuna, ninguém aceitará.” (Saheeh Al-Bukhari)
A falta de rancor entre as pessoas será absoluta, não relativa, por pelo menos sete anos, quando duas pessoas serão instigadas a sentir ódio[[17]] e a palavra entre elas será ‘paz’. De fato, a religiosidade e piedade serão a ordem do dia, porque para cada pessoa:
“Uma única prostração para Deus (em oração) será melhor do que o mundo todo e tudo que ele contém.” (Saheeh Al-Bukhari)
O próprio Jesus não somente governará e julgará pela Sharia islâmica, mas também completará todos os pilares islâmicos. O Profeta do Islã disse:
“Por Aquele em Cujas mãos está a minha vida, o filho de Maria certamente invocará o nome de Deus para o Hajj ou Umrah[[18]] ou ambos no vale de Rauha (um vale próximo de Medina).” (Saheeh Muslim)
Então, quarenta anos após sua segunda vinda ele morrerá, e os muçulmanos realizarão a oração fúnebre por ele.[11] E esse é o momento ao qual Deus se refere no versículo corânico:
“Nenhum dos adeptos do Livro deixará de acreditar nele (Jesus), antes da sua morte…” (Alcorão 4:159)
Se Deus quiser, todas as pessoas serão de um único Livro naquela época.
Conclusão
Como podemos ver, o retorno de Jesus a Terra será um evento verdadeiramente magnificente, cercado por incidentes verdadeiramente magnificentes, tão magnificentes que podem parecer fantasias. Jesus chegará em um momento no qual o mundo estará em necessidade real da Ajuda Divina. De fato essa Ajuda Divina virá com Jesus, mas algumas das tribulações daqueles dias serão tão grandes que nem mesmo ele será capaz de enfrentá-las, fugindo para os topos das montanhas com seus seguidores. Somente Deus será capaz de salvar a humanidade naquele momento. Não obstante, a Ajuda Divina não somente colocará um fim às grandes tribulações enfrentadas pela humanidade desde o princípio dos tempos – o Falso Messias e Gog e Magog – mas também virá para mostrar a verdade sobre Deus, colocando um fim em toda a falsidade, com todos se unindo sob a verdadeira religião de Deus.
Fonte: islammessage.org
[1] https://www.islamreligion.com/pt/articles/367/o-retorno-de-jesus-parte-4-de-5/#_ftn13993
[2] https://www.islamreligion.com/pt/articles/367/o-retorno-de-jesus-parte-4-de-5/#_ftn13994
[3] https://www.islamreligion.com/pt/articles/367/o-retorno-de-jesus-parte-4-de-5/#_ftn13995
[4] https://www.islamreligion.com/pt/articles/367/o-retorno-de-jesus-parte-4-de-5/#_ftn13996
[5] https://www.islamreligion.com/pt/articles/367/o-retorno-de-jesus-parte-4-de-5/#_ftn13997
[6] https://www.islamreligion.com/pt/articles/367/o-retorno-de-jesus-parte-4-de-5/#_ftn13998
[7] https://www.islamreligion.com/pt/articles/367/o-retorno-de-jesus-parte-4-de-5/#_ftn13999
[8] https://www.islamreligion.com/pt/articles/367/o-retorno-de-jesus-parte-4-de-5/#_ftn14000
[9] https://www.islamreligion.com/pt/articles/368/o-retorno-de-jesus-parte-5-de-5/#_ftn14001
[10] https://www.islamreligion.com/pt/articles/368/o-retorno-de-jesus-parte-5-de-5/#_ftn14002
[11] https://www.islamreligion.com/pt/articles/368/o-retorno-de-jesus-parte-5-de-5/#_ftn14003
[12] https://www.islamreligion.com/pt/articles/368/o-retorno-de-jesus-parte-5-de-5/#_ftn14004
[13] https://www.islamreligion.com/pt/articles/368/o-retorno-de-jesus-parte-5-de-5/#_ftn14005
[14] https://www.islamreligion.com/pt/articles/368/o-retorno-de-jesus-parte-5-de-5/#_ftn14006
[15] https://www.islamreligion.com/pt/articles/368/o-retorno-de-jesus-parte-5-de-5/#_ftn14007
[16] https://www.islamreligion.com/pt/articles/368/o-retorno-de-jesus-parte-5-de-5/#_ftn14008
[17] https://www.islamreligion.com/pt/articles/368/o-retorno-de-jesus-parte-5-de-5/#_ftn14009
[18] https://www.islamreligion.com/pt/articles/368/o-retorno-de-jesus-parte-5-de-5/#_ftn14010
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