“Sem uma conscientização adequada sobre a mídia, surgirá uma geração de indivíduos vendados em um mundo dilacerado por desejos e interesses conflitantes—uma geração alheia aos direitos básicos que cada cidadão deve possuir em todo o mundo.”
Sobre o livro
Esta obra foi escrita por Fahd bin Abdul-Rahman Al-Shamaymary. Nascido em 1970, graduou-se em Ciência da Computação pela Universidade King Saud, em Riade, em 1992. Atuou como Secretário-Geral da Organização Mundial de Mídia Islâmica entre os anos de 2003 e 2005. Produziu diversos programas de televisão e fundou a Majd Satellite Network, tornando-se Presidente de seu Conselho de Diretores e CEO por uma década.
Neste importante livro, Al-Shamaymary se propõe a explicar a maneira mais eficaz de criar uma mídia árabe que seja holística e intencional, acompanhando os padrões e diretrizes midiáticas reconhecidos internacionalmente, ao mesmo tempo em que preserva os valores e tradições específicos de nossas sociedades árabes e islâmicas.
A obra possui 306 páginas em formato grande. O autor organizou o livro em cinco seções principais; cada seção varia em número de capítulos, conforme o tema abordado.
Introdução
A introdução deste livro não é excessivamente simplificada. Ela contém diversos termos e conceitos relevantes que auxiliam o leitor a formar uma compreensão fundamental sobre certos aspectos essenciais do processo de educação midiática.
O autor inicia explicando o significado de “educação midiática”. Em termos simples, refere-se à “habilidade de lidar com a mídia”. Este conceito surgiu no final da década de 1960, tendo como principal objetivo utilizar a comunicação e a mídia como ferramentas de ensino. Com o advento da década de 1970, a educação midiática passou a ser vista como um projeto voltado para a proteção de crianças e jovens diante dos novos perigos emergentes da mídia. Nos últimos anos, a educação midiática evoluiu, transpondo sua natureza defensiva para se tornar um projeto de empoderamento. Seu objetivo agora é capacitar os jovens a compreender a cultura midiática que os circunda em todas as suas dimensões.
A UNESCO é o maior apoiador global da educação midiática. Considera a educação midiática um direito essencial de cada cidadão e clama pela inclusão dessa disciplina nos currículos escolares nacionais, bem como nos sistemas de ensino informal.
A UNESCO patrocinou a Conferência de Viena de 1999, durante a qual diversas definições abrangentes de educação midiática foram apresentadas. Quarenta e um especialistas de 33 países ao redor do mundo participaram da formulação dessas definições. O principal objetivo das definições era capacitar os indivíduos a reconhecer as fontes dos textos midiáticos; realizar análises e formar opiniões críticas; compreender e interpretar as mensagens e valores veiculados pela mídia; entre outros propósitos úteis.
O autor, então, descreve os métodos e estratégias que diferentes países utilizam para abordar a educação midiática.
Ele também esclarece a importância da educação midiática. Sem uma conscientização adequada sobre a mídia, surgirá uma geração de indivíduos vendados em um mundo dilacerado por desejos e interesses conflitantes; uma geração alheia aos direitos fundamentais que cada cidadão deve possuir em todas as partes do mundo.
Para facilitar a compreensão da linha de raciocínio do autor, ele elenca os critérios que fundamentam sua escolha de temas. Esses critérios são os seguintes: científico ou acadêmico, realista ou prático, avaliativo e positivo.
Como compreendemos a mídia?

Esta é a indagação com a qual o autor inicia a primeira seção de seu livro. A razão, explica ele, é que os seres humanos modernos habitam um ambiente repleto de mídias múltiplas e incessantes, seja televisão, canais de satélite, emissoras de rádio, internet ou redes sociais. A mídia é utilizada de diversas formas, conforme as necessidades de cada indivíduo.
Os usos da mídia podem ser resumidos da seguinte maneira: adquirir informações, orientar a compreensão, direcionar a conduta cotidiana, compreender a si mesmo, facilitar a interação social, utilizar a mídia como uma alternativa à interação social, proporcionar uma liberação emocional ou para fins de entretenimento.
Apesar da imensa variedade de mídias, alguns tipos se tornam mais populares entre os seguidores. Isso se deve ao fato de que essas mídias possuem certas virtudes que lhes permitem alcançar e influenciar os usuários, em razão de sua diversidade, apelo generalizado e facilidade de acesso. Assim, a influência da mídia sobre o usuário é, em geral, superior àquela exercida pela escola, pelo lar e por todas as demais instituições sociais.
O autor prossegue explicando alguns aspectos significativos que devem ser reconhecidos para formular uma resposta abrangente à pergunta feita no início da seção. Esses aspectos incluem o público-alvo da mídia e a extensão do impacto que ela tem sobre os usuários. O autor também enfatiza que as generalizações sobre a objetividade da mídia são falsas; Todas as mídias ao redor do mundo pertencem a uma cultura específica, um governo, figuras públicas, empresas com certos interesses ou uma combinação de todos os fatores mencionados.
Ao final do capítulo, o autor discute a importância de conhecer aqueles que controlam as diversas mídias, sejam eles proprietários, fundadores ou indivíduos que fornecem apoio financeiro e arcam com os custos de produção. Este é um pilar fundamental para compreender os motivos e as agendas subjacentes à mídia.
A função da mídia: comunicação e influência
O segundo capítulo desta seção é dedicado à análise da relação entre a mídia e os públicos. Isso é feito para compreender a função da mídia e para possibilitar a análise e categorização das diversas entidades midiáticas
Para entender esses aspectos, é imprescindível iniciar pelo significado do termo “comunicação”.
A comunicação é um processo realizado por um indivíduo em determinadas circunstâncias, no qual ele transmite uma mensagem que contém informações, opiniões, perspectivas ou emoções específicas. Essa mensagem é veiculada a outros por meio de símbolos, visando alcançar objetivos específicos.
Esse processo consiste em diferentes níveis, que variam do mais simples ao mais complexo, permitindo que a comunicação seja categorizada da seguinte forma: comunicação intrapessoal, comunicação interpessoal, comunicação em grupo, comunicação pública, comunicação organizacional e comunicação de massa.
O autor, então, menciona modelos que podem auxiliar o leitor a compreender como ocorrem os processos de comunicação simples. Ele explica o modelo de comunicação de Lasswell, um dos mais amplamente utilizados em todo o mundo. Este modelo consiste em cinco perguntas que orientam o processo comunicativo: quem, diz o quê, de que maneira, para quem e com qual efeito.
O autor então explica os componentes ou elementos do processo comunicativo, de acordo com as conclusões de dezenas de modelos e teorias que buscam elucidar esse fenômeno. Esses componentes consistem em dezoito elementos fundamentais, que são: o remetente, o receptor, a mensagem ou conteúdo, o meio, o ruído, o eco, o efeito e o ambiente ou contexto em que a comunicação ocorre.
O autor acrescenta que o processo de comunicação de massa, que geralmente ocorre por meio da mídia, desempenha sete funções fundamentais, que são: notícias de última hora; fornecer visibilidade na mídia; aumentar a coesão social ligando a sociedade ao seu passado; oferecer entretenimento; realizar vigilância; promover e anunciar; e moldar a opinião pública e as atitudes.
O capítulo termina com a definição de mídia, que é “o processo de transmitir informações, conhecimentos e ideias intelectuais e comportamentais de uma determinada maneira, por meio de ferramentas e meios utilizados para publicação, com o objetivo de influenciar o público”.
A categorização das agências de mídia também ocorre de acordo com um conjunto de critérios. As agências de mídia são classificadas de acordo com sua afiliação, propriedade ou especialização e, em última análise, suas visões e valores, conforme avaliado por seu público.
A influência da mídia:
O terceiro capítulo aborda um dos aspectos mais proeminentes da mídia, a saber, a extensão de sua influência sobre os usuários, sejam eles indivíduos ou grupos. Essa influência pode ser dividida em duas principais categorias: positiva e negativa. Os efeitos de ambas podem alterar completamente o curso da humanidade.
Há um consenso entre especialistas e estudiosos de que a influência da mídia se manifesta em quatro áreas principais. O autor aborda cada uma dessas áreas em detalhes. Elas são as seguintes:
- Mudança de direção ou atitude
- Mudança intelectual
- Mudança de valores por meio da socialização
- Mudança de comportamento, seja de forma positiva ou negativa
A mídia não depende apenas dessas áreas para provocar mudanças. Existem diversas outras variáveis que potencializam o poder e a eficácia da mídia, seja ao tentar influenciar os públicos a curto ou a longo prazo. As mais conhecidas dessas variáveis incluem:
- Variáveis relacionadas ao ambiente
- Variáveis relacionadas aos meios
- Variáveis relacionadas ao conteúdo
- Variáveis relacionadas ao público
- Variáveis relacionadas à interação midiática
Como ocorre a mudança?

O último capítulo desta seção é dedicado aos métodos empregados pela mídia para promover mudanças reais e tangíveis. O autor explica especificamente três métodos principais. São eles:
- Controle de acesso à mídia
- Formação de agendas e priorização
- Mudança acumulativa a longo prazo
O que a mídia nos oculta?
No início da segunda seção do livro, o autor levanta a seguinte questão: O que a mídia nos esconde? O autor busca chegar a uma resposta satisfatória e abrangente para essa indagação ao longo dos dez capítulos desta seção. Em cada capítulo, o autor aborda um aspecto oculto da produção midiática.
Nos bastidores é onde se faz a maior parte do trabalho, desconhecido da grande maioria dos que consomem os meios de comunicação nas suas várias formas. Este trabalho está além das imagens que aparecem na tela, nos jornais e em outras mídias.
Ao contrário da crença popular, a mídia não representa apenas a realidade. O conteúdo midiático passa por um processo complexo e meticuloso, como ocorre no “making of news” realizado em agências de notícias, telejornais e afins. Tudo isso confirma que o material apresentado ao espectador foi rigorosamente selecionado. O radialista, seja jornalista ou diretor de cinema, tem se dedicado intensamente à formulação e configuração de conteúdo.
Todos os envolvidos na produção contam com o poder da imagem e a profundidade de sua influência sobre o espectador. Com o passar do tempo, a imagem conquistou um papel de destaque, transitando de uma posição secundária para uma de poder e proeminência, em detrimento de outros instrumentos e elementos culturais e midiáticos. Cada imagem é uma mensagem carregada de significado, refletindo as intenções de seus produtores e apresentadores.
Métodos midiáticos
Com os novos desenvolvimentos no processo de produção midiática, surgiram diversos termos, incluindo “estereótipo”, originalmente um conceito oriundo do mundo da impressão, que envolvia a produção de cópias carbono a partir de um original. Com base nessa ideia, a indústria midiática avançou para uma operação planejada e intencional, a produção de estereótipos, com o objetivo de reduzir e simplificar a imagem geral de uma pessoa, grupo ou classe social, o que, por sua vez, provocaria determinadas reações do público.
Essa operação assemelha-se a classificar, o que pode ser descrito como um ato deliberado e calculado de agressão. Estereotipar e classificar podem impactar um determinado grupo social, uma nação ou toda uma população. Ambos são manifestações da injustiça neste mundo.
Estereotipar e classificar também provocam inúmeros conflitos, ampliando e legitimando o ódio e justificando ataques às vítimas do estereótipo negativo, tornando, assim, o ato justificável e aceitável.
A eficácia do estereótipo depende do impacto da terminologia utilizada no discurso midiático. Estereótipos não são palavras aleatórias ou sentenças proferidas de forma descuidada, conforme a expressão do autor. São palavras-chave que encerram significados profundos, conceitos particulares e ideias centrais de grande relevância e influência no cerne do discurso midiático. As formas de lidar com esses dois métodos variam entre aqueles que os aceitam e os que os rejeitam e o que representam.
Propaganda é outro termo amplamente utilizado na mídia. Essa palavra engloba vários significados, incluindo a tentativa de influenciar a personalidade e controlar o comportamento dos indivíduos em uma determinada sociedade, durante um determinado período, para atingir objetivos que podem ser não científicos ou duvidosos em termos de valor. De acordo com especialistas, existem três tipos de Publicidade, classificados de acordo com a origem, conteúdo e estratégias empregadas:
- Propaganda branca
- Propaganda negra
- Propaganda Cinza
Todas as estratégias anteriores (estereotipagem, classificação e propaganda) e outras são conhecidas como “desinformação midiática”. Elas resultam do intenso conflito de interesses em nível global. Para superar esse conflito, é imprescindível aderir à ética midiática, que se fundamenta em um conjunto de valores e padrões destinados a discernir o certo do errado.
Como lidamos com a mídia?
Após a segunda seção esclarecer diversos aspectos ocultos do processo de produção midiática, a terceira seção expõe a maneira correta de interagir com os meios de comunicação. Esta seção inicia-se com as habilidades de pensamento crítico, um termo que se refere à atividade intelectual reflexiva e produtiva, fundamentada em argumentação lógica e que busca alcançar conclusões precisas.
Esse tipo de pensamento abrange diversos componentes que mantêm uma estreita relação com ele. Incluem-se a reflexão, a razão, a mente aberta, a formulação de perguntas, a busca por explicações, a consulta a fontes e outras ações que culminam na formulação de uma conclusão ou na emissão de um juízo.
A razão pela qual o autor aborda o pensamento crítico é que este se revela um dos fatores mais significativos ao lidar com a mídia. É por meio do pensamento crítico que se consegue identificar o negativo, o positivo e o que se encontra entre eles. Pode-se utilizar o pensamento crítico em sua máxima vantagem ao formular as cinco perguntas do renomado modelo de comunicação de Lasswell, na seguinte ordem:
- Quem? (Perguntas relacionadas à identificação do emissor ou criador de conteúdo)
- Diz o quê? (Perguntas relacionadas à identificação da mensagem ou do conteúdo)
- De que forma? (Perguntas relacionadas aos meios e à tecnologia utilizados na comunicação)
- Para quem? (Perguntas relacionadas ao receptor, espectador ou público)
- Com que efeito? (Perguntas relacionadas ao resultado ou efeito da comunicação, ou à reação provocada por ela)
A consciência midiática vai além da análise e avaliação do conteúdo. É necessário também desenvolver habilidades para tomar decisões informadas, engajar-se na comunicação e produzir conteúdo. Esses elementos constituem a base de uma interação midiática responsável e esclarecida.
Ao final desta seção, o autor aborda o conceito de “novas mídias”, que se refere ao processo de comunicação que ocorre pela integração de três componentes: computadores, redes e multimídia. As novas mídias se apresentam por meio de diversos meios e ferramentas, como emissoras de televisão interativas, jornalismo online, sites pessoais, entre outros. Esses geralmente possuem uma combinação de características que incluem interação, bem como compartilhamento, salvamento e armazenamento de conteúdo.
Compreender as diversas questões que surgiram a partir das novas mídias pode auxiliar na utilização das inúmeras oportunidades que este meio proporciona, permitindo que sociedades e culturas se representem diante do resto do mundo. Uma boa representação pode ser alcançada por meio de uma preparação adequada e do investimento na mídia de maneira positiva, bem-sucedida e eficaz.
Habilidades da mídia:
Para que possamos desfrutar de uma mídia positiva e eficaz, capaz de influenciar o espectador e atingir os objetivos desejados, é necessário que haja uma certa harmonização entre fatores específicos. Cada um desses fatores deve apresentar habilidades de mídia do mais alto nível possível. Isso inclui apresentadores de todos os tipos, equipe responsável pela produção de roteiros, diretores de produção de televisão, entre outros.
Uma das principais habilidades necessárias é a de falar, que constitui a pedra angular de qualquer sucesso na mídia.
O processo de elaboração de um discurso organizado transita por três etapas principais: preparação, condução e correção. Para que esse processo alcance seu objetivo, o orador deve possuir uma personalidade forte e reunir todas as características pessoais necessárias para o papel, além de determinadas qualidades vocais e a habilidade de persuadir.
A escrita ocupa um segundo lugar destacado entre as habilidades midiáticas necessárias. Isso se deve ao fato de que a escrita examina a vida humana em todos os seus aspectos, tanto materiais quanto imateriais. A palavra escrita conecta as pessoas ao seu passado, formula o presente e planeja o futuro. É por meio da escrita que as ideias são apresentadas e expressas por meios que não podem ser apagados com o passar do tempo.
A escrita é também uma forma mais segura de preservar um texto do que a conversa pessoal ou o discurso. A escrita contribui para a disseminação de informações ao maior número possível de pessoas. Ela permite que se recorra a informações conforme necessário e possibilita a apresentação de dados de maneira clara e detalhada, alcançando assim o público-alvo de forma eficaz.
A obtenção desses resultados depende do processo de preparação antes da escrita. Esse processo começa com a identificação dos objetivos e termina com a escolha do estilo mais adequado. Ao longo das várias etapas da escrita, é essencial observar as principais regras da escrita eficaz, incluindo coesão, concisão, precisão, entre outras.
Programas de Televisão
Nos capítulos quatro e cinco desta seção, o autor aborda os programas de televisão que são agrupados conforme determinados critérios, como função ou objetivo, público-alvo, linguagem, formato, entre outros. Esses programas passam por várias etapas durante a produção. O conteúdo apresentado ao público na tela é classificado em cinco categorias principais:
- Notícias
- Dramas, incluindo séries, filmes ou peças teatrais
- Canções e música
- Transmissões de eventos ou funções importantes
- Programas de televisão de todas as sortes, categorias e gêneros
Todos os programas de televisão atravessam três etapas durante a produção, começando pela pré-produção, passando pela produção, e finalizando com a pós-produção.
O autor apresenta alguns exemplos de gêneros de programas de televisão e explana cinco deles em detalhe, considerando as três etapas mencionadas anteriormente, bem como os componentes que os compõem. Esses exemplos são descritos na seguinte ordem:
- Talk shows ao vivo
- Entrevistas e programas de discussão
- Revistas televisivas
- Shows privados
A imagem: a essência do discurso midiático

O capítulo final desta seção aborda a arte da filmagem sob diversas perspectivas, começando pelos tipos de filmagem, passando pelos elementos que constituem uma boa imagem, e concluindo com formas de utilizar uma imagem de maneira eficaz, selecionando assuntos e temas sob uma ótica moral e humana, além de considerar os valores culturais que representam a identidade e o patrimônio de uma sociedade específica.
Diz-se que uma imagem vale mais que mil palavras. Hoje, a imagem tornou-se o elemento mais importante de todo discurso midiático, sendo a mais poderosa e eficaz, além de mais disseminada do que qualquer palavra pronunciada. As imagens romperam barreiras culturais e a discriminação de classes entre os grupos sociais, ampliando o alcance da mídia para incluir todas as pessoas, uma vez que não exigem um nível educacional específico para serem compreendidas, nem demandam um esforço mental extraordinário para serem interpretadas.
Meios modernos de entretenimento:
No primeiro capítulo da última seção, o autor aborda um dos meios de entretenimento moderno mais populares, a saber, os videogames, que se tornaram uma parte inseparável da vida de crianças, adolescentes e jovens em todo o mundo. Tal como outras tecnologias contemporâneas, os videogames apresentam uma série de vantagens e desvantagens. Para os usuários, as vantagens mais significativas dos videogames são as seguintes:
- Os videogames são um meio de entretenimento prazeroso, pois satisfazem certas necessidades emocionais e intelectuais de seus usuários.
- Os videogames podem ser considerados um meio de comunicação, participação e interação social.
- Os videogames auxiliam no desenvolvimento da inteligência e das habilidades de interação nas crianças.
- Os videogames contribuem para o aumento do foco, da atenção e das habilidades de compreensão.
Os videogames também apresentam inúmeras desvantagens. Com o tempo, algumas dessas desvantagens podem evoluir para problemas sérios, difíceis de resolver, culminando em agressões criminosas, blasfêmia, exposição a imagens sexuais e pornografia, entre outros.
Para superar esses perigos e desvantagens, é imprescindível ter consciência sobre o uso responsável dos videogames. Isso pode ser realizado da seguinte forma:
- Autocontrole
- Organização do tempo
- Seleção cuidadosa dos jogos
Proteção contra a pornografia por meio da educação midiática:
No segundo capítulo, o autor discorre detalhadamente sobre um dos maiores problemas decorrentes da disseminação da mídia moderna, que é a pornografia na internet. O autor apresenta evidências da gravidade dessa questão por meio de diversos indicadores, incluindo os seguintes:
- Os sites pornográficos são os mais buscados e frequentemente visitados em todo o mundo.
- A produção de material pornográfico tornou-se uma das maiores indústrias, na qual bilhões de dólares estão sendo investidos.
- A indústria da pornografia está passando por um crescimento rápido e instantâneo.
O efeito do material pornográfico não se limita aos indivíduos, mas se estende a toda a sociedade, sendo extremamente prejudicial. Isso se deve aos danos e distúrbios psicológicos que ele provoca, incluindo a falta de autoestima, o desperdício de horas no consumo desse tipo de material, a destruição das relações familiares entre os dependentes e a aversão, ou a falta de desejo pelo matrimônio.
A solução para esse problema reside na capacidade do indivíduo de se abster do consumo de material pornográfico, além de reconhecer que a legislação islâmica não proíbe seu consumo, exceto com o intuito de proteger os indivíduos e as sociedades.
Crianças e educação midiática:

Ao final desta seção, o autor ilustra o impacto da mídia moderna sobre as crianças. Muitas organizações de direitos humanos promovem slogans em prol de uma infância segura, pois esse é o período em que a mente, o intelecto e o comportamento da criança estão em processo de desenvolvimento. As influências que são semeadas na infância permanecem com a pessoa ao longo de toda a sua vida. Os valores e comportamentos que uma criança adquire, sejam eles bons ou maus, positivos ou negativos, tornam-se parte intrínseca de sua essência até o fim de seus dias.
Para preservar a infância, é imprescindível reconhecer que a maioria das mídias e tecnologias modernas é inadequada para as crianças. Isso inclui, especialmente, o conteúdo violento que pode impactar profundamente a criança, gerando uma compulsão por cenas de violência, o que, por sua vez, pode resultar em uma acumulação de pensamentos agressivos que a conduzem por um caminho perigoso em direção a atos de violência.
Esses efeitos não apenas prejudicam as crianças, mas também podem modificar seu comportamento em relação aos membros da família. Isso pode se manifestar das seguintes maneiras:
- Um relacionamento tenso entre a criança e sua família. Cada indivíduo se encontra isolado em seu próprio mundo.
- Ausência de atividades e eventos fundamentais para o desenvolvimento saudável da criança, como a participação em um verdadeiro time.
- Insônia e alterações nos padrões de sono.
- Vulnerabilidade ao insucesso acadêmico e à falta de desenvolvimento de habilidades escolares.
Para superar esses problemas e outros, deve-se considerar um conjunto de princípios gerais que orientem as crianças para o uso responsável da mídia. Os mais importantes desses princípios incluem:
- Reconhecer os aspectos negativos da mídia e a percepção de que ela não é totalmente inofensiva.
- Reconhecer a impossibilidade de proteger as crianças da exposição à mídia, seja de forma direta ou indireta.
- Desenvolver a habilidade do uso responsável da mídia sob três aspectos: cognitivo, emocional e comportamental.
Em conclusão, este livro especial assemelha-se a um curso acadêmico abrangente sobre o tema da educação midiática. Por meio desta obra, o leitor aprende como lidar com a mídia enquanto espectador e como interagir com ela de maneira positiva, responsável e consciente. Além disso, o leitor adquire as habilidades necessárias para produzir conteúdo eficaz.
A leitura deste livro é valiosa e todos podem estudá-lo e aprender com ele, especialmente em um mundo que é moldado e controlado pela mídia de forma poderosa, para o bem ou para o mal.
O artigo original:
مهارات فهم الإعلام وفن التأثير به، مراجعة كتاب: التربية الإعلامية.. كيف نتعامل مع الإعلام؟
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