Os Impactos Negativos nas Crianças Provenientes da Exibição de Programas Animados

A mente das crianças é como barro macio e maleável, facilmente moldada pelas mãos que a esculpem, conformando-se com as influências que as rodeiam e permeiam. Seus cérebros, especialmente nos primeiros anos, possuem uma extraordinária capacidade de plasticidade neural, permitindo-lhes absorver o novo e adaptar-se às experiências sucessivas da vida. Cada encontro grava suas marcas nessas páginas imaculadas, deixando impressões que podem permanecer gravadas em sua essência para sempre.

As crianças aprendem como flores respiram, desimpedidas por barreiras e destemidas por restrições, absorvendo o mundo ao seu redor com olhos abertos e corações puros. Por sua própria natureza, são imitadoras; ideias e comportamentos penetram sem esforço em suas almas por meio daqueles que estão mais próximos — seus parentes e cuidadores. Assim, suas palavras e ações tornam-se um reflexo do que veem e ouvem. Quando suas primeiras experiências são ricas em orientação e influência, forjam crenças e ideias cujas raízes se estendem profundamente em seu futuro.

Allah moldou o cérebro humano para percorrer diversas fases de desenvolvimento, permitindo que o intelecto cresça gradualmente, em harmonia com a evolução dos sentidos inatos concedidos por Ele. O sentido da audição, por exemplo, inicia sua função enquanto o feto ainda se encontra no ventre materno, encontrando consolo na voz da mãe. Ao nascer, os sentidos se desdobram progressivamente durante os primeiros anos de vida.

A audição, em particular, responde emocionalmente à voz materna, seguida pela voz paterna, com os outros sentidos despertando no devido tempo. Assim, a criança habita um ambiente repleto de experiências emocionais oriundas das interações familiares, nutrindo uma alma impregnada de amor e compreensão.

No entanto, uma vez que os modernos domínios da mídia—como os programas animados e as telas—começam a invadir o estágio de desenvolvimento infantil, tudo se desloca de maneira antinatural, perturbando essa fase delicada de crescimento. Em vez de formar um vínculo com sons familiares e reconfortantes, como as vozes da mãe e do pai, a criança se vê cercada por ruídos estranhos, altos e incompreensíveis.

Uma cacofonia exagerada de música e efeitos sonoros estridentes sobrecarrega a criança, quando, na realidade, ela deveria estar se conectando mais profundamente com seus pais e ouvindo sons que alimentam uma compreensão profunda da vida. Tudo isso ocorre em um momento em que sua mente e seu coração deveriam crescer suavemente, favorecendo experiências emocionais genuínas e saudáveis.

A calamidade se torna ainda mais grave quando descobrimos que a imaginação da criança é alimentada pela imagética da mídia—através das telas, filmes animados e programas deslumbrantes—justamente em um momento em que seu desenvolvimento psicológico deveria ser gradual e saudável. Em vez de aprender com imagens simples, como uma maçã ou um coelho, a criança se vê imersa por visuais e efeitos que sobrecarregam seus sentidos.

Esses efeitos tornam tudo o mais insípido ou desagradável, deixando a mente e as emoções da criança ávidas apenas pelo que está saturado de estimulação visual e auditiva excessiva.

Estudos demonstraram que crianças criadas na adesão das telas azuis perdem a capacidade de saborear as experiências simples e cotidianas. O impacto vai além dos sentidos, pois até as emoções da criança se tornaram um campo de batalha para essas invasões.

Recordo-me de uma cena do filme Stitch the Alien, em que uma jovem menina é retratada chorando de maneira histérica, simplesmente porque um personagem do filme enfrentou a morte. A cena a comoveu tão profundamente que a percebeu como uma dura realidade, deixando-a aprisionada em um estado de choque emocional—quando, na verdade, tais momentos deveriam ser apenas entretenimento imaginativo.


A mente humana é moldada pelos eventos, mas uma criança—devido à sua sensibilidade exacerbada—dificulta-se a ultrapassar tais experiências com facilidade. Esses momentos se acumulam em sua psique, deixando impressões duradouras que aprisionam suas emoções a estados de choque e inculcam expectativas bem além de sua idade. Isso, por sua vez, semeia o caos em seu desenvolvimento psicológico e emocional.

A maturidade mental incompleta das crianças torna-as vulneráveis a tais influências; são como ramos tenros ainda em processo de crescimento, cujas fibras ainda não se endureceram o suficiente para suportar as tempestades do mundo exterior.

Essa susceptibilidade faz com que confiem sem hesitação em tudo o que lhes é apresentado, percebendo os adultos como uma fonte última de autoridade e conhecimento—uma realidade que torna a formação de suas mentes um esforço quase sem esforço.

A fase da infância exige cuidados especiais e máxima cautela no que se apresenta à criança, pois qualquer interferência durante esses momentos delicados de seu desenvolvimento pode causar danos duradouros, que não se apagam facilmente.

Enfrentamos um desafio significativo: como restaurar em nossos filhos a simplicidade da vida, os reconfortantes contos maternos, o vínculo com a natureza e um mundo que esteja em sintonia com sua capacidade inata de crescimento psicológico e emocional?

Este é nosso dever em uma era em que a mídia se tornou uma formidável concorrente pelas mentes de nossos jovens!


Os Impactos Negativos nas Crianças Provenientes da Exibição de Programas Animados:

— Efeitos adversos no desenvolvimento físico, como visão prejudicada e problemas posturais, como a curvatura da coluna.
— Riscos à saúde decorrentes de hábitos alimentares apressados, como ingerir alimentos sem mastigar adequadamente enquanto assistem à televisão.
— Falta de interação com os membros da família e a comunidade ao redor.
— Atraso no desenvolvimento cognitivo, afetando a inteligência e a exploração de atividades sensoriais.
— Incapacidade de gerir o tempo de forma eficaz ou de cumprir tarefas domésticas e escolares.
— Maior propensão à distração e redução da capacidade de concentração.

Muitas mães têm observado mudanças significativas no comportamento de seus filhos. Uma delas revelou que seu filho passou a imitar, repentinamente, personagens de desenho animado conhecidos por sua agressividade e ira, sem nenhuma causa aparente ou tangível.

Vale ressaltar que a maioria dos filmes de animação é produzida por empresas estrangeiras, muitas vezes dissociadas dos valores do Islã. Consequentemente, as crianças podem adotar hábitos e comportamentos indesejáveis, como mentir, demonstrar irritabilidade, imitar personagens que entram em conflito com seu fundo religioso ou se distrair com temas inadequados para a sua faixa etária, como o amor e os relacionamentos precoces.

De acordo com estudos recentes, 78% das crianças experimentam efeitos psicológicos devido ao consumo de programas animados. Aproximadamente 70% dessas crianças enfrentam dificuldades linguísticas, enquanto outras apresentam comportamentos agressivos, imitando as atitudes que observaram nas telas.

Os psicólogos concluíram que o consumo excessivo de televisão pode levar à obesidade severa e aumentar a probabilidade de engajamento em comportamentos arriscados, como fumar, consumir álcool, saltar de alturas, roubar por efeito cômico, dirigir de maneira imprudente ou imitar cenas perigosas.

Segundo a Academia Americana de Psiquiatria Infantil e Adolescente (AACAP), crianças pequenas, mesmo aquelas com apenas um ano de idade, expostas a programas violentos, tendem a imitar esse comportamento devido à sua incapacidade de regular seus pensamentos e ações nesse estágio de desenvolvimento.

É imprescindível reconhecer que a influência dos filmes e dos personagens de desenho animado nas crianças é cumulativa. Esse impacto não se manifesta após um ou dois meses de exibição, mas se desenvolve ao longo do tempo, levando, eventualmente, a consequências graves a longo prazo. Isso é particularmente verdadeiro para conteúdos que retratam violência excessiva, fantasia, feitiçaria e a subversão de princípios e crenças religiosas divinas. Esses meios frequentemente transmitem táticas de vingança, assim como métodos de roubo e criminalidade, tanto direta quanto indiretamente, conforme evidenciado por diversos estudos.


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