Resumo do livro A Autoridade da Cultura Dominante

O intelecto aguçado do autor e Sheikh (pregador islâmico) Ibrahim Al-Sakran brilha mais uma vez em seu livro cativante, A Autoridade da Cultura Dominante. Ele chama a atenção para um fenômeno de importância crítica, cujas repercussões são, sem dúvida, sentidas pela Ummah, exigindo um diagnóstico preciso de seus sintomas e um remédio eficaz para seus perigos. O livro está estruturado com uma introdução, um referencial teórico, três capítulos e uma conclusão. É o resultado de discussões sobre questões levantadas localmente, escritas pelo autor entre os anos de 1431 AH e 1433 AH.
Como é característico do Sheikh Ibrahim Al-Sakran ao abordar temas sensíveis em seus estudos, ele introduz sua pesquisa com um elegante prefácio sobre o fenômeno da “Autoridade da Cultura Dominante”. Este fenômeno foi observado pelos primeiros estudiosos e líderes do Islam, sendo magistralmente resumido por Ibn Khaldun em seu texto teórico incomparável; ele o capturou distintamente no vigésimo terceiro capítulo de sua Muqaddimah, quando disse:

“O vencido sempre deseja imitar o vencedor em suas características distintivas, sua vestimenta, sua ocupação e todas as suas outras condições e costumes. A razão para isso é que a alma sempre vê perfeição na pessoa que é superior a ela e à qual está submissa. Considera-o perfeito, seja porque está impressionado pelo respeito que tem por ele, seja porque erroneamente supõe que sua própria submissão a ele não se deve à natureza da derrota, mas à perfeição do vencedor. Se essa suposição errônea fixa-se na alma, torna-se uma crença firme. A alma então adota todas as crenças, maneiras e práticas do vencedor, assimilando-se completamente a ele… Esta é a natureza da imitação. Isso chega ao ponto em que uma nação dominada por outra, vizinha, mostrará uma grande assimilação e imitação.”
O autor explora ainda o fenômeno da derrota psicológica no contexto da dominância ocidental, uma tendência que começou a se formar há quase duzentos anos, durante o tempo de Rifa’a al-Tahtawi e Jamal al-Din al-Afghani. Essa tendência espelhou comportamentos históricos anteriores, especificamente a reinterpretação dos princípios religiosos para alinhar-se com a cultura dominante. Isso foi particularmente evidente através do processo de impregnar termos tradicionais com conteúdo ocidental para facilitar sua assimilação no novo contexto cultural.

Após apresentar numerosos exemplos do fenômeno de submissão à cultura dominante prevalente, o autor aborda uma questão crucial:
“Por que a tentativa de adaptar a lei islâmica à cultura ocidental dominante falhou em alcançar a revitalização e proteger os jovens muçulmanos do ateísmo?”
O Sheikh Ibrahim resumiu sua resposta baseando-se nas percepções de um grupo de eminentes pensadores islâmicos, cujas respostas profundas incluíram a ideia fundamental de que um sentimento de inferioridade não inspira revitalização—um ponto repetidamente enfatizado por Malek Bennabi.

Os principais atores no cenário político global atual compreendem que seus interesses estratégicos e influência internacional só podem ser assegurados ao domesticar todos os principais discursos religiosos, injetando-os com o vírus da submissão ao poder dominante e erradicando qualquer capacidade de resistência, para que eventualmente se alinhem com as exigências da dominância ocidental.
Isso explica por que as potências imperiais ocidentais contemporâneas financiam generosamente centros de pesquisa, estudos e relatórios detalhados e contínuos que monitoram todas as áreas de tensão, com especial foco nos movimentos religiosos islâmicos.

O autor destacou a abundância de questões provocativas, cuja premissa subjacente, seja explícita ou implícita, é o conflito percebido entre as normas islâmicas e a cultura ocidental dominante. Esta questão atingiu seu auge durante os sete anos difíceis após a queda de Bagdá em 2003, até a revolução tunisiana em 2010.


O Sheikh então aprofundou-se nos arcabouços teóricos, começando com a comparação entre tirania política e tirania cultural. Após explorar minuciosamente esse conceito, concluiu que muitos que caem vítimas da tirania frequentemente não têm consciência de sua condição, acreditando erroneamente serem independentes enquanto estão acorrentados há eras.

Métodos de Cura e Libertação:


O autor acredita que o método mais crucial de cura reside em inculcar conceitos de dignidade, honra, orgulho e o valor de ser muçulmano. Aqueles que são educados dentro de tal estrutura cultural orgulhosa e confiante rejeitarão a submissão a um tirano político que não os considera dignos de participar na tomada de decisões e apenas espera que estendam suas petições. Da mesma forma, resistirão a um tirano cultural que desconsidera seu valor e exige que abandonem seu próprio sistema legal, humilhando-os a adotar o dele, forçando-os a abraçar a liberdade liberal e a democracia, e reinterpretar os textos de Allah e Seu Mensageiro, paz esteja com ele, para conformar-se com a cultura ocidental dominante.

Entre as abordagens teóricas, o autor incluiu capítulos valiosos, como a submissão implícita à cultura dominante e as consequências de ceder à cultura ocidental. Então, ele elaborou sobre a recepção dos textos religiosos em um capítulo intitulado “Isolando o Texto da Experiência Humana.” Aqui, o autor destacou o problema do progresso intelectual quando algumas pessoas adotam premissas incorretas, abraçando-as rapidamente sem antes explorar suas implicações. Elas então se esforçam para manter consistência com essas premissas, comprometendo-se com consequências que, em seus desfechos finais, violam os limites da revelação divina. Isso leva ao conceito de despojar o Islam de sua essência, tratando o texto religioso como uma ideia abstrata. A essência desses argumentos é que o Islã não está conectado a nenhuma experiência humana. Como resultado, frequentemente ecoam afirmações como: “O texto sagrado deve ser liberto da história profana” ou “O texto é absoluto e o entendimento humano é limitado; o limitado não pode ditar o absoluto.”
O argumento deles acabou levando à alegação de que aqueles que estudaram linguística, hermenêutica, filosofia da linguagem e crítica literária (que são as disciplinas fundamentais da semântica no pensamento ocidental) são mais conhecedores dos significados do Alcorão e dos hadith do que Abu Bakr, Umar, Ibn Abbas e Ibn Mas’ud. Isso foi considerado uma grave heresia.

O ponto é que a reverência pelas primeiras gerações (Salaf) e a adesão ao seu entendimento dos textos religiosos estão enraizadas nesses próprios textos. No entanto, muitos que são cativados pela cultura dominante não reconhecem as consequências de abandonar esse princípio fundamental. O autor então abordou uma questão de grande importância: a exploração do conceito de moderação, que está passando por um uso intenso e repentino em nosso discurso cultural local.
Os apelos pela moderação aumentaram, mas aqueles que a defendem parecem ter negligenciado que o Alcorão apresenta dois tipos de moderação, uma que é louvável e outra que é rejeitada!

Após reflexão cuidadosa, o autor identificou uma técnica intelectual comum que criou a divisão entre todas essas tendências ideológicas (secularistas, liberais, iluministas e esquerdistas) e o povo da Sunnah. Essa técnica oferece uma compreensão mais clara da diferença fundamental no processo de formação do conhecimento entre as escolas da cultura dominante e o povo da Sunnah. Esses quatro grupos compartilham um fio intelectual comum, ou um mecanismo mental compartilhado, que levou à sua divergência em relação ao povo da Sunnah na abordagem do entendimento do Islã. Esse mecanismo mental pode ser denominado “fragmentação da revelação”.
O resultado dessa análise é que as escolas intelectuais que caíram na armadilha da cultura dominante empregam uma abordagem seletiva em seu tratamento dos textos da revelação.


Ao fazer isso, alcançam um grau de segurança interior de que ainda estão conectados ao Islam, de que operam dentro do framework do Islam e de que suas questões não decorrem do Islã. Isso serve como um curativo emocional para os sentimentos de desvio metodológico.

E porque a cultura dominante inevitavelmente colidirá com certos princípios religiosos, as escolas intelectuais contemporâneas popularizaram mecanismos para minimizar ou descartar esses princípios religiosos, como restringir a Shariah apenas ao que é definitivamente estabelecido e claro em significado. A popularidade dessa ideia decorre do uso da terminologia legal (proveniente de Usul al-Fiqh), que permitiu que aqueles com ideologias corruptas introduzissem sutilmente seu pensamento falho.
Sob o título “As Consequências do Abuso das Dispensas”, o autor explanou sobre a questão de que a tradição islâmica é rica em uma infinidade de interpretações eruditas. Se compilássemos e arquivássemos todas as dispensas de cada erudito, teríamos um arquivo pronto para justificar e legitimar as demandas impostas a nós pela cultura dominante.

Ele esclareceu a diferença entre as dispensas concedidas por Allah e as concedidas pelos eruditos, o discernimento entre trabalho erudito genuíno e raciocínio improvisado. Como disse Suleiman Al-Taymi, “Se você seguir cada dispensa ou deslize de cada erudito, todo mal se reunirá em você.”
Em essência, a dependência dos movimentos intelectuais contemporâneos no mecanismo de seguir seletivamente dispensas para legitimar certos aspectos da cultura dominante que contradizem os textos religiosos é uma dependência de fundamentos instáveis e não científicos.

Sob o título “A Autoridade do Gosto Ocidental”, o autor lançou luz sobre como aqueles enredados pela cultura dominante tentam empregar o conceito de renovação, ou o que chamam de renovação da jurisprudência islâmica, para alinhá-la com os tempos contemporâneos. Esse esforço, no entanto, é meramente uma tentativa de alterar e modificar os julgamentos religiosos para se ajustar à cultura dominante, onde o gosto ocidental sutilmente se torna a autoridade e o ponto de referência subjacente para esses julgamentos.
O autor conclui que a ideia de renovar a Shariah para alinhar com o gosto contemporâneo é inerentemente contraditória e impraticável. Ela conduz a um ciclo interminável, aplicado de forma arbitrária e inconsistente. Aqueles que tentaram essa renovação aplicam-na seletivamente a questões como os direitos das mulheres e o jihad, mas evitam aplicá-la a outros assuntos quando confrontados com suas consequências indesejáveis. Há uma diferença abissal entre a nobreza da revelação divina e a degradação do gosto ocidental. Portanto, a verdadeira obrigação é elevar o gosto contemporâneo para alinhá-lo com a revelação divina.

O autor apresentou exemplos de como a cultura dominante pressiona as práticas religiosas, usando a Oração do Eclipse Solar (Salat al-Kusuf) como estudo de caso. O objetivo de examinar este exemplo é expor a profunda ignorância entre muitos que exageram a influência da cultura dominante e sua pressa em adotar posições que são religiosamente e historicamente incorretas.


No segundo capítulo do livro, o autor aprofunda-se nas ciências normativas, começando com uma seção intitulada “Modificando o Arcabouço Semântico.” Aqui, ele explica como os estudiosos islâmicos distinguem claramente entre crenças e rituais, considerando-os fixos e inegociáveis, enquanto vêem os assuntos civis como abertos à interpretação. Um muçulmano não pode manter crenças sobre Allah (em matéria de credo) ou adorá-Lo (em matéria de rituais) com base em algo que não esteja explicitamente prescrito. O intelecto não tem permissão para inventar uma nova crença sobre Allah ou criar uma nova forma de adoração.

Quanto aos assuntos civis e às ciências, estes são abertos à interpretação, permitindo ao intelecto inovar e criar, com apenas uma condição: que essas inovações não contradigam a revelação divina.


O autor então abordou a questão do foco nos narradores prolíficos, criticando alguns por se oporem aos numerosos hadiths narrados por Abu Huraira (que Allah esteja satisfeito com ele). Ele também discutiu várias preocupações e questões relacionadas.

Uma das estratégias empregadas por aqueles que se conformam com a cultura dominante para se livrar dos textos, a fim de evitar desconforto psicológico interno e desconforto social com outros em sua comunidade, é ampliar e distorcer o conceito de “crítica textual”, particularmente dos Hadiths do Profeta Muhammad (que a paz e as bençãos de Allah estejam sobre ele). Seu objetivo ao rejeitar os Hadiths que contradizem a cultura ocidental dominante é afirmar que estão apenas defendendo o Profeta (que a paz e as bençãos de Allah estejam sobre ele) e não criticando-o, insistindo que não desejam atribuir nada prejudicial a ele. Esta é uma desculpa desgastada que usam para justificar a distorção da Shariah a fim de alinhá-la com os valores da cultura dominante.
Assim, os julgamentos sobre o jihad, as mulheres e os não-muçulmanos são anulados em nome da defesa do Islam contra a má interpretação na percepção ocidental.

Em sua discussão, o autor iluminou uma diferença fundamental entre o conceito de renovação nas ciências religiosas e aquele nas ciências civis. Ele apresentou duas figuras exemplares: Al-Shafi’i, representando as ciências religiosas, e Einstein, representando as ciências civis. Ambos são ícones de criatividade em seus respectivos campos. O autor destacou a diferença essencial entre os dois modelos, onde a inovação nas ciências civis é considerada um sinal desejável de criatividade, enquanto nas ciências religiosas é vista como um indicador de declínio e deterioração.
Não há dúvida de que a influência equivocada da leitura da história das ciências civis, como filosofia e teorias científicas, e a tentativa de impor a ideia de revoluções, teorias e mudanças conceituais radicais às ciências religiosas é um erro fatal.

Estratégias Eficazes:


Sob o título “A Estratégia do Sem-Alternativa”, o autor explica que a vida é construída sobre o confronto de duas vontades: a vontade humana e a vontade divina. As elites intelectuais, que se veem subordinadas à cultura dominante, sofrem com o constante embate entre seus desejos humanos e a vontade da Shariah de Allah. Isso os leva a tentar alterar o propósito pretendido por Allah, colocando-os na zona de perigo absoluto e transgressão contra o Ser Divino.

O autor esclarece que o defensor da estratégia do “sem-alternativa” não lhe oferece, por exemplo, um significado do texto para discutir e equilibrar com as interpretações do discurso doutrinário sunita. Em vez disso, eles afirmam que o texto possui um número infinito de interpretações e deixam-no indeciso. Esta é sua abordagem em todas as batalhas e conflitos que surgem entre esses indivíduos derrotados e Ahl al-Sunnah.
No terceiro capítulo, o autor discute o sistema de relacionamentos, começando com as distinções nas relações com aqueles que diferem. Ele inicia abordando os princípios gerais de Ahl al-Sunnah wa al-Jama’ah (a comunidade sunita) em relação à sua postura sobre os dissidentes. Destaca o defeito central nos três slogans propostos – liberalismo, liberdade e a postura sobre os dissidentes – que reside na reinterpretação das regras da Shariah que se opõem à liberdade liberal para aqueles que diferem. No entanto, os slogans variam em interpretação e na extensão e limites dessa reinterpretação.

O autor distingue entre questões aparentes e interpretativas, entre questões fundamentais e deslizes menores, e entre opiniões ocultas e visões conhecidas. Ele também diferencia entre o contexto de pregação e o contexto de proibição do mal, bem como os propósitos das declarações de acordo com os indivíduos envolvidos. Discute uma gama de opiniões que refletem distinções sunitas nas relações com aqueles que diferem e examina certas expressões carregadas de conteúdo liberal, que ganharam popularidade devido à pressão da cultura liberal dominante da liberdade.


O autor aborda a desconstrução do conceito de sectarismo, onde alguns o tornaram um padrão pelo qual julgam as pessoas. Conclui que o termo “sectarismo” é uma inovação moderna e não um princípio islâmico pelo qual as pessoas devem ser julgadas. Criticar grupos que se desviaram de aspectos da Shariah é uma obrigação islâmica e um dever corânico, mas transformaram-no em um defeito e uma fonte de vergonha!
Sob o título “Liberalização da Lealdade e Desafeto”, o acadêmico aborda a necessidade de reavaliar os conceitos de lealdade e desafeto, incluindo questões como o ódio aos descrentes e o casamento com uma mulher dos Povos do Livro, entre outras questões relacionadas. Todas essas são interpretações que visam reduzir substancialmente o conceito de lealdade e desafeto para alinhar-se mais de perto com a teoria liberal da liberdade. Ele enfatiza que as ações daqueles influenciados pela cultura dominante, ao liberalizar o conceito de lealdade e desafeto, são alguns dos exemplos mais claros de priorização de textos ambíguos em detrimento dos claros e de complicação das exceções. Isso significa transformar a exceção em regra e a regra em exceção. Allah ordenou o ódio aos descrentes e permitiu o casamento com mulheres dos Povos do Livro, mas eles tomaram a exceção e a usaram para minar a regra. Continuam a podar e aparar o Islam para servir aos propósitos de parecer aceitáveis em conferências superficiais, enganando-se a si mesmos antes de enganar aos outros.

A discussão também abordou os paradoxos da liberalização do desacordo, destacando as contradições daqueles que estão sujeitos à cultura liberal dominante da liberdade. Esses indivíduos frequentemente falam sobre a liberdade de dissentir de maneiras que contrariam a Shariah, ao mesmo tempo em que violam os próprios direitos daqueles que dissentem de acordo com a Shariah. Isso foi vividamente retratado por um erudito do terceiro século que disse: “Um deles ataca aqueles que o insultam, mas faz as pazes com aqueles que insultam seu Senhor.”
O autor destacou o fenômeno da quebra da exclusividade das festividades islâmicas, que se espalhou amplamente com a revolução da comunicação moderna e o aumento da interação com não-muçulmanos. Os estilos de vida das nações dominantes infiltraram-se em nossas sociedades vulneráveis, influenciando nossa vestimenta, alimentação e celebrações, incluindo a adoção de feriados não-muçulmanos. Essas intrusões culturais e sociais foram impulsionadas pelas mudanças contemporâneas na comunicação.

Devido à pressão dessas tradições ocidentais dominantes, houve um aumento das vozes que tentam legitimar a celebração de feriados não-muçulmanos por meio da reinterpretação das disposições da Shariah que proíbem a participação nesses feriados. No entanto, o festival (Eid) é uma observância religiosa distinta, e não é permitido celebrar os feriados das nações não-muçulmanas dominantes.
Em relação aos versos sobre conquista e jihad, o autor discute como aqueles que sucumbiram à autoridade da cultura dominante tentam distorcer o conceito de jihad e torcer as interpretações relacionadas à jihad ofensiva, reduzindo-a exclusivamente à jihad defensiva. O autor conclui enfatizando a importância de preservar os conceitos jurídicos islâmicos (shar’i) contra a distorção que ocorre devido à pressão diversificada e esmagadora da cultura ocidental sobre os sistemas árabes, com o objetivo de possibilitar discursos intelectuais e religiosos domesticados que se alinhem com as demandas da influência americana.

Uma das aplicações mais egregias das liberdades liberais discutidas pelo sheikh (pregador islâmico), e adotadas por alguns escritores locais, é seu compromisso com o princípio da liberdade para os dissentores, ao ponto de argumentarem que insultar o Profeta (que a paz e as bençãos de Allah estejam com ele) não deve ser punido, mas apenas contrabalançado com ideias.
Através do princípio da sequência intelectual, surgiram desvios sucessivos na expansão da liberdade liberal, levando, eventualmente, à grotesca extensão de conceder liberdade àqueles que insultam o Profeta (que a paz e as bençãos de Allah estejam com ele).


O autor apresentou exemplos de como estudiosos muçulmanos, juristas e juízes lidaram com aqueles que insultaram o Profeta (que a paz e as bençãos de Allah estejam com ele), uma questão na qual não pode haver qualquer compromisso, refletindo a profunda reverência que esses muçulmanos tinham pelo Profeta. Comparando isso com o respeito que ele recebe dos defensores da liberdade liberal ocidental.

O autor concluiu suas discussões, que consistiam em exemplos e amostras que revelam como a cultura dominante influencia a interpretação das regras da Shariah para submetê-las à sua dominância. Quem estuda essas questões e exemplos ficará convencido de que o eixo central em torno do qual gira o pensamento contemporâneo é “A autoridade da cultura dominante.”
O que apresentamos não é um relato completo dos detalhes do livro, mas sim um resumo do que o autor incluiu em suas páginas envolventes. O livro apresenta uma abordagem distinta, adornada com um estilo de leitura fácil, apoiado por exemplos vívidos, análises equilibradas e conclusões valiosas. Que Allah recompense abundantemente o Sheikh Ibrahim Al-Sakran em nome da Ummah muçulmana e beneficie os outros através de seu conhecimento, dedicação e brilhantismo.

Trechos Que Amei:

  • “Não culpo o ocidental por avaliar as questões de acordo com o que seus olhos azulados percebem. Mas culpo o árabe por avaliar as questões com olhos azulados.” p. 36
  • “A fonte de toda inovação na religião de Allah decorre da ‘falta de reverência pelos Salaf’ em seu profundo conhecimento e completa piedade. Da mesma forma, a correção da prática religiosa e a orientação na religião de Allah dependem da reverência pelos Salaf e da crença de que eles eram mais completos em religião e conhecimento do que nós.” p. 53
  • “O que se quer dizer é que aqueles aprisionados pela cultura dominante distorcem as regras da Shariah para criar um meio-termo entre a compreensão dos Salaf e o pensamento ocidental. Apresentam isso como a moderação louvável que o Alcorão defende, quando na realidade, trata-se da forma condenada de moderação que o Alcorão critica.” p. 61
  • “Quem lhe diz que devemos adaptar as regras do Islam para adequá-las ao gosto contemporâneo está insinuando algo oculto em sua afirmação, nomeadamente, que acreditam que o gosto contemporâneo é superior às regras da revelação divina!” p. 103
  • “O Islam não é uma religião frágil que devemos temer frente às dúvidas. Ao contrário, são os corações humanos que são frágeis, e é por eles que estamos preocupados. Não tememos que as almas portadoras da revelação divina a percam devido a uma dúvida passageira.” p. 184
  • “Essa era a forma dos Imames, juristas e juízes do Islam; não consideravam declarações que diminuíam o status da profecia como uma questão de ‘discordância intelectual’ ou ‘pontos de vista divergentes’ a ser discutida na mesa do diálogo. Em vez disso, viam-na como um caso a ser levado à espada da justiça da Sharia, por meios legais, e executado pelo governante sem demora.” p. 235

“O que a língua corrompe nas religiões é muitas vezes mais do que o que a mão corrompe.” — Ibn Taymiyyah


O artigo original: ملخص كتاب “سلطة الثقافة الغالبة”


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